Índíce
- Os Primórdios
- Surge a FIFA
2.1. A Liga de Futsal
- O Mundo Conhece a Holanda
3.1. Campionato Mondiale di Calcio
- E o Futebol virou Calcio de Mesa
4.1 Campeão dos Campeões
- Bom no Samba, Bom no Feltro
5.1 Europa Versus América
5.2 IV Copa do Mundo
- O Grand Slam
6.1 Trois Fois, Les Bleus!
6.2 A Última Glória do Século
XX
- O Triste Fim do Campo Brianezi
7.1 Copa das Confederações
- Os Super Campeões
8.1 Pontuação dos
Super-Campeões
Os Primórdios
Tudo se inicia em 1982, quando Pedroom, que na época era
apenas Pedrinho, com 12 anos de idade, que gostava de brincar jogando
um botãozinho, o que fazia desde pequenininho. Na época,
os jogos eram feitos com botões de brinquedo, tipo Gulliver,
feitos de plástico, disputados em um campo pequeno, da marca
Coluna, o Colunão
de Chão - hoje conhecido como Coluninha, o campo de Várzea
da FIFME, ou simplesmente Futsal - e jogava-se no chão. Porém,
foi nesse ano que surgiram os primeiros campeonatos registrados
e é onde começa a História do Botão.
Eram campeonatos disputados de forma amadora, com regras não-oficiais,
hoje reconhecidos como competições de Futsal, de uma
categoria abaixo do futebol de mesa profissional, mas que na sua
época eram as maiores competições que existiam
e que começaram uma paixão que tomou proporções
nunca dantes imaginadas, esses campeonatos são os primeiros
registros da arte do botão, ou futebol de mesa, como queiram.
O primeiro campeonato disputado foi o Desafio
ao Galo, conhecido na época apenas como Campeonato de
Botão, pois era o primeiro que acontecia e o único
que existira até então. Participaram desse campeonato
algumas raridades como os botões translúcidos do Internacional
e do Santos
e os do Flamengo
e Grêmio,
botões que hoje fazem parte da Antiga
Liga de Futsal, que era uma época onde as disputas aconteciam
sem o controle de uma federação. Também fizeram
parte do campeonato: América
do Rio, a Seleção
Brasileira, um botão pequeno e amarelo, que ficou conhecido
como Brasil Junior, a Seleção
Francesa, que na verdade era um botão da Federação
Paulista, mas como ele era azul e com distintivo gasto, pensava-se
que era da Federação Francesa de Futebol. Participou
também um outro botão do Brasil,
verde com a bandeira nacional, depois reconhecido como sendo o Grêmio
Esportivo Brasil de Pelotas. Todos os times dessa época,
hoje fazem parte da Liga de
Futsal FIFME. América e Brasil de Pelotas fizeram a final
desse histórico campeonato, e o América
sagrou-se campeão, o primeiro campeão registrado na
história dos botões.
O Campeonato seguinte foi Campeonato
de Juniors, onde apareceram mais dois times, a União
Soviética e o Comercial
de Ribeirão Preto, além das equipes que haviam
participado do Desafio ao Galo, desta vez a França
conseguiu o título vencendo o Brasil de Pelotas, que perdia
a sua segunda final consecutiva.
Já em 1984, foi disputado o último campeonato registrado
no campo Coluninha, ou Colunão de chão - primeiro
estádio de botão conhecido - e, como era ano de Olimpíadas,
foi disputado o Campeonato
Olímpico, onde apareceu a equipe da Áustria,
que já chegou tornando-se campeã olímpica,
vencendo a França na final, acabando com o sonho do segundo
título gaulês.
Neste ano, Pedroom ganhou de Natal uma nova mesa de botão,
também da marca Coluna, porém com dimensões
maiores e com tripé imbutido, campo que passou a sediar as
disputas do futebol, o Colunão
- conhecido hoje como o Terrão da FIFME. Foi quando surgiram
também os primeiros botões oficiais da marca Crack's,
foram eles as seleções da Alemanha,
Escócia,
Brasil,
Uruguai
e o clube do New
York Cosmos. Foi quando surgiu a FIFA - Fedração
Internacional de Futebol Association - e assim o futebol de mesa
entrou na era da profissionalização.
Surge a FIFA
A história do botão profissional começa em
1984, quando foi fundada a FIFA (atualmente FIFME)
- Federação Internacional de Futebol Association.
A FIFA surgiu para organizar e investir no futebol de âmbito
internacional, entre seleções, e no início
de sua história relegou o futebol entre clubes à um
segundo plano, inclusive em seu país sede, o Brasil. Foi
quando aconteceu a disputa do primeiro campeonato oficial de seleções,
a Copa Weffa
- nome este criado em confusão com o nome da federação
européia de futebol, a UEFA. A Escócia
foi o país sede deste primeiro campeonato, escolhida por
ser dos escoseses a autoria do Hino
Oficial da FIFA. O campeonato reunia apenas os cinco botões
oficiais da época, Alemanha, Escócia, Brasil, Uruguai
e Cosmos, sendo que este último, jogava representando a nação
dos Estados Unidos. A final foi justamente entre os Estados Unidos
e a Alemanha, e os alemães entraram para
a história como os primeiros campeões oficiais da
FIFA.
Em 1985, aconteceu a II
Copa Weffa, campeonato que reunia as mesmas agremiações
da competição anterior, porém bem mais longo,
com turno e returno, desta vez o Uruguai sagrou-se
campeão, batendo a Alemanha que buscava o Bi, em duas finais
(do 2º Turno e da Finalíssima). Uruguai era o primeiro
país sul-americano a conquistar um título e a rivalizar
com os alemães, ao final da competição o ataque
celeste registrou a incrível marca de 100 gols marcados,
um record absoluto não superado até hoje. Alguns pequenos
torneios foram organizados nesta época também, a Taça
Pedro I, vencida pelo Uruguai, e a Taça
Caneco de Ouro, vencida pelo Brasil, esse torneio
também apresentou a seleção da Holanda,
mais uma que se juntava a FIFA.
Novas seleções aparecereram na Copa
Rocca, campeonato que viria a se tornar um dos mais importantes
da FIFA, foram as seleções da França
- o primeiro botão da marca Brianezi, Espanha
e Portugal
(ambos da Crack's). A Copa Rocca foi a primeira competição
que adotou as regras oficiais de futebol de mesa, na verdade, uma
regra
resumida da FPFM que veio junto com a embalagem dos novos botões
da Crack's adquiridos. Disputada em dois turnos, os campeões
de cada turno decidiam o título da Rocca, e foram eles França
e Alemanha. Na finalíssima, a Alemanha sagrou-se
a grande campeã ao vencer por 6x2.
Nessa fase de grandes campeonatos, a FIFA iniciou os planos para
cirar uma competição internacional que fosse a mais
importante de todas: a Copa do Mundo e, já
com a idéia concretizada, resolveu lançar um torneio
comemorativo, o Torneio
Início da I Copa do Mundo. Convidou algumas seleções,
dentre elas a Argentina
e a União
Soviética, que fizeram a sua primeira aparição
na FIFA. O torneio foi vencido pela União Soviética
que bateu a Holanda na final.
Outra competição de suma importância foi a
Copa Rio
Branco, a copa envolveu nove das onze seleções
que faziam parte da FIFA e foi o maior e o último grande
campeonato dessa época, do Estádio Colunão.
Uruguai e Alemanha fizeram a grande final, em um duelo dramático,
a Alemanha venceu por 1x0 e sagrou-se campeã.
Com a conquista, a Alemanha definitivamente cravou seu nome na história
como a grande campeã desses primórdios das competições
oficiais da FIFA.
Chegou 1986, e este foi o ano dos grandes torneios do Campo Colunão,
novas seleções surgiram: a Bélgica
- o primeiro botão da marca Champion, Inglaterra,
Itália,
Tchecoslováquia
e México.
O primeiro grande torneio foi a Copa
Bicentenário da Alemanha, criado pela federação
alemã para comemorar as seguidas glórias da sua seleção,
o título porém, acabou indo para a Bélgica,
seleção estreante, que bateu a União Soviética
na final, foi o primeiro título de uma equipe da marca Champion,
e logo no primeiro campeonato disputado. Esse torneio teve o primeiro
registro de artilharia, onde Paolo Rossi da Itália
marcou oito gols pela seleção italiana e foi o primeiro
artilheiro da história da FIFA.
O último grande torneio dessa época, que foi também
a última competição disputada no Estádio
Colunão, foi o
Torneio Internacional de Cannes, Alemanha e União Soviética
fizeram a final onde os soviéticos acabaram
levando a taça e fechando esse ciclo de campeões do
Colunão. Carlos Manuel de Portugal, com
36 gols, foi o artilheiro da competição, e o último
dessa fase da FIFA. Neste torneio foram marcados 763 gols em 52
jogos, uma média de 14,6 gols por jogo, a maior já
registrada em toda a história.
A FIFA fechou essa época publicando o seu 1º
ranking oficial, com 16 seleções, no qual a Alemanha
apareceu na liderança.
A próxima competição da FIFA, ainda em 1986,
era a Copa do Mundo, assim a federação investiu em
um novo campo, de medidas oficiais, comprando o Estádio
Brianezi, o primeiro campo oficial da FIFA, e iniciou-se uma
nova era nas competições internacionais de botão.
E essa era que se encerrava, ficou lembrada posteriormente como
a "Era Colunão".
A Liga de Futsal
Foi em 1986, também, que a FIFA resolveu voltar a investir
nas competições de clubes no seu país sede,
o Brasil. Assim, criou novas competições que foram
válidas pela Liga de Futsal. Surgiram novos clubes, foram
eles Corinthians,
São
Paulo, Palmeiras,
Guarani,
Ponte
Preta, Vasco
da Gama e Cruzeiro,
que se juntaram as equipes que já faziam parte da Liga
de Futsal (a atual "Antiga Liga").
O Estádio Colunão, antes utilizado para as competições
entre seleções e que acabara de ficar em desuso com
o surgimento do novo Estádio Brianezi (oficial), deu lugar
as competições de Futsal. Foram realizadas, na época,
três competições:
Copa Brasil, Torneio
Início da II Copa Brasil e a II
Copa Brasil. O Corinthians venceu as três
competições, sagrando-se o único e grande campeão
do Futsal disputado no Estádio Colunão - o que gerou
murmúrios de que a federação estaria favorencendo
o Corinthians por esta ser comandada por um corinthiano. Os boatos
atigiram uma proporção tal, que a FIFA resolveu novamente
restringir as competições entre clubes, voltando a
focar-se apenas nas disputas entre seleções.
Depois dessas competições, as disputas entre clubes
ficariam paradas por 18 anos. Inclusive, toda a infra-estrutura
do Futsal, incluindo o Estádio Colunão e todos os
botões que hoje compõem a "Antiga Liga de Futsal",
foram levados e deixados em Tremembé, em um sitio no interior
de São Paulo, para lá ficarem restritos a disputas
amistosas e torneios de inverno, mas, depois de algum tempo, foram
abandonados e ficaram perdidos por vários anos até
serem re-descobertos num achado
histórico, tempos mais tarde.
O Mundo Conhece a Holanda
Com a nova mesa oficial adquirida pela FIFA - o Campo Brianezi
-, definitivamente, as competições de botões
entraram na era da profissionalização e, se, na "Era
Colunão" a seleção que dominou o cenário
internacional foi a Alemanha, a era que se iniciava, ainda no ano
de 1986, viu surgir uma nova força no futebol, a Holanda.
Neste ano, as competições da FIFA renasceram com força
total, impulsionadas pela magia do futebol na Copa do México
'86.
Como já havia sido previsto pela FIFA, a primeira competição
disputada no Campo Brianezi foi a Copa
do Mundo, e o país escolhido para sediar o evento foi
o Brasil, por ser o país do futebol. A Copa do Mundo reuniu
as 16 seleções que compunham a FIFA na época,
e foi a primeira competição a distribuir pontos para
o campeão, vice-campeão e o 3º colocado - até
então os campeonatos mais importantes da FIFA só premiavam
com pontos as equipes campeãs. A Copa passou a premiar, também,
o melhor jogador com a Bola
de Ouro e o artilheiro com a Chuteira
de Ouro. Apesar das 16 seleções participantes
apenas, a Copa do Mundo teve 52 jogos, com duas fases classificatórias
e outra, eliminatória, com oitavas, quartas, semifinais e
finais.
A Alemanha e o Brasil eram os grandes favoritos para a conquista
da Copa, a primeira por ser a líder do Ranking da FIFA, a
segunda por sediar o evento e ter Pelé em campo no auge de
sua forma. Quis o destino que as duas seleções se
enfrentassem na semifinal e, num jogo dramático, a Alemanha
bateu o Brasil nos penaltis e se classificou para a final - o que
levou a torcida no Maracanã a deixar correr lágrimas
dos olhos. Na final, a Alemanha enfrentou a Holanda, uma seleção
pouco conhecida na época e de pouca expressão, cujo
feito de chegar a final da Copa do Mundo já era considerado
além das expectativas da equipe. O time holandês já
havia cruzado com o alemão na segunda fase da Copa, e vencido
por 3x1, na final, mostrou que tal vitória não tinha
sido por acaso, ignorou o favoritismo alemão e venceu por
2x1, sagrando-se campeã mundial invicta
e deixando o mundo de queixo caído diante do feito do time
que acabou aclamado como o "Carrossel Holandês".
Pelé, que havia levado o Brasil até
as semifinais, deu o 3º lugar para o país na disputa
contra os uruguaios - eliminados pelos holandeses na outra perna
das semifinais - e foi premiado o Bola de
Ouro da Copa, e ainda ficou com a Chuteira
de Ouro por ser o artilheiro do evento com 17 gols, um record
mantido até os dias atuais. Pelé é, ainda,
o único jogador a ser Bola e Chuteira de
Ouro em uma mesma Copa do Mundo.
O ano de 1986 foi realmente um dos mais ativos da história,
após a Copa do Mundo e diante as novas seleções
que foram se juntando a federação, entre elas o Peru,
a Yugoslávia
e o Japão
- primeira seleção asiática a surgir -, a FIFA
resolveu criar um campeonato que envolvia todas as seleções
filiadas, e, também, as que depois viessem a se filiar, uma
disputa que formasse uma Liga Internacional de Seleções.
Foi criada, então, a II
Copa Rocca - que já era uma competição
reconhecida mundialmente - com 19 seleções, todas
jogando entre si, e as quatro seleções que fizessem
mais pontos disputariam um quadrangular eliminatório com
semifinal e final. Foi o campeonato mais longo da história,
com um total de 175 jogos, na final, a Holanda
sagrou-se campeã invicta após vencer
todos os jogos da 1ª fase, empatar e vencer nos penaltis a
Bélgica nas semifinais e ganhar dos Estados Unidos - grande
surpresa da II Copa Rocca - por 2x1 na grande final. jogo que registrou
a primeira transmissão
via rádio da história do Botão. Krol,
craque holandês, foi o artilheiro da Rocca com 38 gols - um
record absoluto de gols numa única competição
- e passou a ser sinônimo de gol, surgindo a expressão:
"Krol..., Gol!!!". Ao final da II Copa Rocca, a Holanda,
que já vinha de uma conquista invicta da Copa do Mundo, completou
28 jogos de invencibilidade na sua segunda conquista invicta, outro
record até hoje intacto.
Como o número de novas seleções estava sempre
aumentando, a FIFA resolveu criar Divisões para a disputa
da Copa Rocca, assim, as sete seleções piores colocadas
na II Copa Rocca foram rebaixadas para se criar uma segunda divisão
na edição seguinte do evento, juntando-se as demais
seleções que surgissem, que passou a ser, então,
uma divisão de acesso às 12 seleções
da divisão principal - a "segundona". Já
a divisão principal ficou conhecida como sendo a "elite
do futebol", na época, composta por: Holanda, Estados
Unidos, Bélgica, Alemanha, Escócia, União Soviética,
Inglaterra, Brasil, França, Japão e Portugal.
Durante a II Copa Rocca foi disputado, também, a Taça
de Novos, um pequeno torneio para movimentar as mais novas equipes
filiadas a FIFA: Peru
e Japão
da Crack's, e a Yugoslávia
da Brianezi, que já haviam participado da Rocca
e, também, Dinamarca,
Noruega
e Marrocos
- a primeira seleção africana da FIFA - os três
da marca Champion. Disputada no Japão, a Taça
de Novos foi vencida pela Dinamarca, que bateu
a Noruega na final, foi o surgimento da "Dinamáquina".
Finalmente chegou o ano de 1987, e com ele surgiram as primeiras
competições continentais. A primeira delas foi a Copa
Europa - realizada na Escócia - o primeiro campeonato
a ter uma fase
elminatória. Com a filiação de Polônia
e Irlanda,
a FIFA agora contava com 16 seleções européias,
das quais, doze participaram da Eurocopa. A França
foi a grande campeã ao vencer a Alemanha na final, esta que,
apesar das inúmeras glórias, chegava a sua 3ª
derrota consecutiva em finais. Papin, da França,
foi o artilheiro europeu com oito gols.
O outro campeonato continental disputado foi a Taça
Wesman, que reunia as seleções americanas e dos
continentes não-europeus, dentre elas a Arábia
Saudita, a primeira seleção do Oriente Médio
a se filiar à FIFA. Disputada nos Estados Unidos,
os americanos souberam aproveitar a pressão da torcida e
o bom momento de sua equipe - que vinha do vice-campeonato da II
Copa Rocca - e conquistou o título ao vencer o Brasil na
grande final por 5x3 na prorrogação. Maradona,
craque argentino, foi o artilheiro da competição com
dez gols. Foi neste campeonato que ficou registrado o primeiro gol
olímpico em um campo e com regras oficiais, score
anotado por Balboa dos Estados Unidos na vitória
do seu time sobre o México nas semifinais por 2x0.
Voltando um pouco no tempo, ao ano de 1985, onde havia iniciado
o primeiro Desafio da FIFA - ou seja, um campeonato que teve a participação
de um técnico adversário - a Gold
Cup, que ficara parada por um certo período, e só
foi finalizada em 1987 (iniciou no campo Colunão e terminou
no Brianezi) - e ainda porque o técnico Pedroom conduziu
vários jogos sozinhos na primeira fase do desafio na ausência
do técnico desafiante: Traíra de Melo,
um velho rival do botão de vários anos. A Gold Cup
foi um campeonato longo, com 79 jogos e nove seleções.
Na final, o técnico Traíra de Melo conduziu a Alemanha
ao título ao bater os Estados Unidos de Pedroom por 4x0.
Porém, na contagem dos pontos nos embates entre os técnicos,
foi Pedroom quem consagrou-se campeão. Depois
dessa participação no título da Alemanha na
Gold Cup, uma nova vitória de Traíra de Melo pela FIFA, só viria
acontecer 18 anos mais tarde. Porém a história do
botão só narra as disputas normais da FIFA, para saber
mais sobre disputas entre técnicos, visite a sessão
Desafios.
Campionato Mondiale di Calcio
Mantendo a grandiosidade nas competições internacionais,
a disputa seguinte foi a II
Copa do Mundo - desta vez realizada na Itália. Neste
momento, a FIFA decidia realizar as Copas do Mundo nos países
sede seguindo a sequência de copas da entidade que lhe é
xará. Esta foi também a primeira edição
de Copa que teve uma fase
elminatória para classificar 16 das 26 seleções
filiadas a FIFA, incluindo a Áustria
que acabara de surgir. Nessas eliminatórias foi registrada
a maior goleada no Campo Brianezi: Irlanda 11x0 sobre a Dinamarca.
Como a FIFA havia realizado um torneio comemorativo na 1ª edição
da Copa do Mundo - o Torneio
Início - resolveu mantér a tradição
e adotá-la como padrão para todas as copas. A competição,
porém, adotou um molde diferente, de caráter festivo,
jogos disputados em dois tempos mais curtos e com regras
alternativas, competição com jogos eliminatórios
e realizada em um ou dois dias. Empurrada pela torcida, a Itália
chegou a final do torneio mas acabou perdendo para o Uruguai,
ficando com o vice-campeonato. Jarpën da Noruega
e Altobelli da Itália dividiram a artilharia
da competição com 4 gols.
A II
Copa do Mundo foi uma competição das mais
surpreendentes, com alguns rjogos inesquecíveis, como
a vitória da Alemanha por 8x2 sobre a Áustria
e os 6x1 sobre a Tchecoslovãquia. Teve a surpreendente
vitória da Holanda sobre o Brasil por 6x1, depois de
um péssimo início de copa dos holandeses. Esse
resultado ressussitou a campeã na competição,
e eliminou o Brasil que podia perder por até quatro
gols de diferença. Ao contrário da primeira
edição, esta copa foi amplamente dominada pelos
europeus, que ficaram com sete das oito vagas para as oitavas-de-final,
somente a Argentina se classificou entre os oito melhores
da Copa, mas logo perdeu para a Itália e ficou de fora
das semifinais. Além da Itália, as semifinais
contaram com os selecionados da França, Holanda e Alemanha
e, mais uma vez, Holanda e Alemanha fizeram a grande final
da Copa do Mundo. Foi um dos jogos mais cercados de expectativas
da história do botão, a grande revanche entre
holandeses e alemães na maior competição
do futebol mundial. A Alemanha encarou o jogo contra os holandeses
como uma guerra, precisava dar o troco da derrota na primeira
Copa a qualquer custo. Quando se esperava justamente isto,
o troco alemão, inclusive pela brilhante e superior
campanha germânica, a Holanda acabou vencendo o jogo
com extrema facilidade, marcando 2x0 no placar e sagrando-se
Bi-Campeã
Mundial - uma conquista
inimaginável, até que a história seja
reescrita, a maior de todos |
os tempos - e a nova bi-campeã acabou
sendo batizada de "Laranja Mecânica".
Platini, da França, com dez gols,
ficou com a Chuteira de Ouro
da Copa e Krol, que conduziu a Holanda ao
título ao marcar os dois gols na decisão contra
Alemanha, ficou com a Bola de Ouro
do evento. À Alemanha, restou chorar sua 2ª copa
perdida e a 4ª derrota consecutiva em finais, o fantasma
do vice, definitivamente, assombrava a seleção
bávara. |
|
Ao final da II Copa do Mundo, a FIFA publicou, pela 2ª vez,
o seu Ranking
Oficial e a Holanda apareceu em primeiro lugar
logo à frente da Alemanha.
No ano seguinte, 1988, a FIFA só patrocinou um torneio,
a Taça
Estrela Vermelha, criada pela federação tcheca
em homenagem à um grande clube do seu país. Esse torneio,
realizado em jogos eliminatórios, contou com a participação
de 32 equipes, dentre as quais algumas seleções e
clubes convidados, que foram: Alemanha
Oriental, Cobreloa,
Santos,
Internacional,
São
Paulo e Corinthians.
Pela terceira vez, Holanda e Alemanha chegaram a decisão
final, provando que as duas seleções eram realmente
as duas grandes forças da época. A partida final foi
acirrada, somente decidida nos penaltis - a primeira decisão
de campeonato dessa forma - neste momento, prevaleceu a frieza alemã,
que conseguiu a vitória. O título e a tão remoída
vingança sobre os holandeses, embora a taça não
tivesse a mesma importância das duas copas do mundo perdidas,
foi comemorado com uma alegria raivosa pelos alemães. Foi
a primeira conquista alemã no campo Brianezi e o fim da série
de quatro vice-campeonatos que vinha atormentando a nação
germânica. Krol e Resenbrink,
ambos da Holanda, foram os artilheiros da competição
com oito gols cada.
Após esse torneio, as competições da FIFA
ficaram paradas durante o ano de 1989 e retornaram com a realização
da III Copa Rocca em 1990.
Em 1990 - ano da Copa do Mundo da Itália - a FIFA voltou
com força total nas competições internacionais,
e retomou as disputas com a III
Copa Rocca, o campeonato de seleções mais importante
da FIFA depois da Copa do Mundo que, nesta edição,
realizava pela primeira vez uma disputa em duas divisões,
somando um total de 26 seleções. Além da briga
pelo título nas duas divisões, havia a emoção
para saber qual a equipe iria ser rebaixada para a segundona, dando
lugar a campeã desta para a próxima edição
da Rocca. Nesta edição, a Holanda, que era atual campeã,
também foi o país-sede do evento.
Os primeiros jogos da Copa Rocca haviam sido realizados em 1987,
válidos pela 1ª Divisão, mas com a paralização
das competições, só retomaram em 1990, no retorno,
a FIFA realizou, primeiramente, as disputas da 2ª
Divisão. Além das sete equipes que foram rebaixadas
na II Copa Rocca, participaram desta edição as novas
seleções filiadas, 14 equipes brigaram em duas fases
eliminatórias até a fase final, um quadrangular cujo
campeão subiria para a 1ª divisão. Participaram
do quadrangular: Uruguai, Tchecoslováquia, Marrocos e Arábia
Saudita. O Uruguai, que contava com Francescoli,
artilheiro da segundona com sete gols, sagrou-se campeão,
e assim retornou para a elite do futebol. Destaque, também,
para o goleiro da celeste, Rodolfo Rodrigues, que
registrou um record histórico ao ficar mais de duas partidas
sem sofrer gols, em um total de 47 minutos de invenciblilidade.
Na divisão
principal, a disputa foi feita em dois grupos de seis seleções,
as duas primeiras coloadas de cada grupo se classificavam para uma
fase semifinal e final. O Brasil se classificou vencendo todos seus
jogos e mostrava-se o mais forte candidato ao título, porém,
enfrentou a Holanda na semifinal e não conseguiu superar
a forte pressão da torcida jogando em Amsterdã, acabando
eliminado. Na outra semifinal, a França, campeã européia,
bateu a União Soviética e classificou-se para a decisão
contra os donos da casa. Jogando em casa, a Holanda,
que era a atual bi-campeã mundial e campeã da última
da Copa Rocca, não deixou escapar a oportunidade e, após
um empate no tempo normal em 3x3, fez 2x0 sobre o time gaulês
na prorrogação e sagrou-se Bi-Campeã
da Copa Rocca. Ivan Drago, atacante soviético,
foi o artilheiro da competição com dez gols, a maioria
deles, inclusive, marcados na goleada histórica sobre o Brasil,
8x1, na disputa pelo 3ª lugar. Do outro lado da moeda, Portugal,
que perdeu todos seus jogos, ficou na lanterna do campeonato e,
assim, foi rebaixado para a 2ª Divisão. A sequência
do bi-campeonato mundial e do bi-campeonato da Rocca, conseguida
pela Holanda, permanece até hoje como o maior feito glorioso
de um time em toda a história do botão.
Ainda em 1990, surgiram três novas seleções,
foram elas, Romênia,
Hungria
e Chile,
que fizeram a disputa do Torneio
Amistoso dos Iniciantes, vencido pela Romênia.
Infelizmente, as novas seleções perderam as inscrições
para a disputa das Eliminatórias
para a III Copa do Mundo, e acabaram sem a chance de participar
da maior competição do futebol mundial que era o próximo
campeonato que a FIFA iria realizar.
E o Futebol virou Calcio de Mesa
A França - seleção campeã européia
- foi, na sequência pré-estipulada pela federação,
a nação escolhida para sediar a III
Copa do Mundo que, mais uma vez, reuniu as 16 melhores seleções
do globo terrestre. A disputa da Copa iniciou com o tradicional
Torneio
Início, vencido pela Argentina - o primeiro
título da seleção porteña - que bateu
a República Tcheca na final. O argentino Caniggia
anotou 8 gols e foi o artilheiro do torneio.
A Copa
do Mundo foi, mais uma vez, amplamente dominada pelos europeus,
o Brasil - sensação da 1ª Copa - novamente caiu
na 1ª fase, somente a Argentina conseguiu se classificar para
as oitavas-de-final, porém, parou por alí, perdeu
para a Itália por 2x1. Outra seleção que caiu
nas oitavas foi a Holanda, campeã das duas edições
anteriores. A chance do tri-campeonato, que na Copa do Mundo significava
a conquista da Taça
Julis Rimet, morreu diante da seleção francesa,
esta, jogando em casa, mandou os campeões embora e deixou
em aberto a disputa da Julis. Além de Itália e França,
se classificaram para as semifinais a República Tcheca, sensação
da Copa, e a tradissionalíssima Alemanha. Nas semifinais,
a Itália bateu a República Tcheca (4x3) e a França,
como as duas seleções anfitriãs nas duas copas
anteriores (Brasil e Itália), sentiu o peso de enfrentar
a Alemanha e, também, saboreou o gosto da derrota diante
dos germânicos (6x5), que classificavam-se para terceira final
de Copa Mundo consecutivamente, feito único na história
da FIFA e das Copas. Na final, a Alemanha, que perdera as duas últimas
finais para a Holanda, tinha que vencer e, com melhor campanha,
era favorita a conquista. A Itália - apesar de ser o país
europeu mais apaixonado pelo futebol - era uma seleção
de pouca expressão na FIFA, sendo inclusive, lanterna nas
duas últimas edições da Copa Rocca, a última
competição que disputara, mas os romanos tinham um
trunfo: o novo uniforme da marca
Crack's que estreiaram durante a Copa, e que já chegava
a decisão do maior de todos os campeonatos.
A disputa final da III Copa foi a mais emocionante de todos os
tempos, a mais dramática e a mais longa. O jogo entre Itália
e Alemanha foi muito equilibrado, disputado palmo a palmo, minuto
a minuto, tal equilibrio acabou resultando em um empate de 3x3 no
tempo normal. O jogo foi para a prorrogação, mas o
gol teimava em não sair, foi quando aos 4 minutos do segundo
tempo, Vöeller fez o gol: a Alemanha colocava a mão
na taça. Porém, no apito do árbitro, Carnevale
arrematou e marcou o gol salvador para a pátria italiana,
estava decretado o empate. O regulamento da Copa do Mundo previa,
na época, que, em caso de empate na final, deveria ser realizada
uma nova partida, se nesta nova partida o empate persistisse no
tempo normal e na prorrogação, a Copa seria, então,
decidida nas penalidades máximas. Dessa forma, o mundo teve
que esperar pela nova partida para, enfim, conhecer a nova seleção
campeã mundial.
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A segunda partida
da decisão da Copa foi a melhor de todas as finais
de Copas do Mundo, foram dez gols marcados em um jogo cheio
de alternativas. Mais uma vez, a história teimou em
se repetir, e a repetição veio na forma de uma
nova derrota alemã: 6x4 para a Itália
- a nova seleção Campeã Mundial
- e o futebol de mesa, então, passou a ser conhecido
como "calcio de mesa" - festa
dos Tiffosi. A Alemanha, derrotada pela 3ª vez consecutiva
na decisão da Copa, só restou o inconsolável
choro diante de sua maior derrota - com certeza, a maior |
da história do botão. Carnevale,
autor de dois gols nas finais, sendo um deles, o que salvou
a Itália da derrota na primeira partida, foi eleito
o Bola de Ouro da Copa e Moravick,
da República Tcheca, artilheiro com doze gols, foi
o Chuteira de Ouro. |
A conquista italiana da III Copa do Mundo foi marcada pelo sofrimento,
pela garra e pela glória final obtida de forma extremamente
dramática, característica que, a partir de então,
passou a ser marca registrada da esquadra azzura.
Após a Copa do Mundo, como já se tornara habitual,
a FIFA publicou o seu Ranking
Oficial, a Alemanha, com os pontos somados
pela conquista do vice-campeonato mundial, retomou a liderança,
seguida por Holanda e Rússia. A Itália - campeã
mundial - subiu da 9ª para a 5ª colocação.
Campeão dos Campeões
Diante de tantos campeonatos e campeões que surgiam, a FIFA
resolveu realizar um campeonato reunindo todas essas seleções
campeãs e, assim, organizou a Copa
dos Campeões, reunindo todas esquadras que já
haviam sido campeãs desde o surgimento da FIFA, foram nove
seleções participantes: Alemanha, Holanda, França,
Estados Unidos, Itália, Rússia, Bélgica, Argentina
e Uruguai. Como se era de esperar em um campeonato que reúne
apenas grandes campeões, a disputa foi extremamente equilibrada
e apresentou surpresas e decepções. Decepcionaram
Holanda e Itália, detentoras dos títulos mais importantes,
que não conseguiram chegar sequer às semifinais. A
surpresa ficou por conta da Bélgica - vencedora da Copa
Bicentenário da Alemanha, ainda no Campo Colunão,
e, que, desde tal conquista não chegava na final de qualquer
competição, finalmente, voltou a brilhar e chegou
à decisão. A adversária da Bélgica na
final foi a incansável e sempre presente Alemanha. A Bélgica
chegou na final como favorita, vindo de uma sequência mágica
de vitórias, deixando para trás adversários
como França, Holanda e Uruguai. A Alemanha,
porém, mostrou que, apesar de ter falhado na busca do seu
título maior, a Copa do Mundo, realmente era a seleção
merecedora de receber o título de Campeã dos
Campeões, venceu a Bélgica na grande final
por 5x3 e chegou, enfim, a uma conquista importante na FIFA nos
gramados do Campo Brianezi - sua última conquista importante
havia sido a Copa
Rio Branco em 1985 (ainda na "Era Colunão")
- uma fila que durou longos cinco anos. Ceulemans,
da Bélgica, foi o artilheiro dos campeões com 14 gols
e o consolo para o time belga, vice-campeão do evento.
Após a Copa dos Campeões, a FIFA resolveu uniformizar
as sequências de disputas de seus campeonatos, de forma que
entre cada Copa do Mundo, teriam que se intercalar a disputa de
outros campeonatos, sendo um deles, obrigatóriamente, a Copa
Rocca.
Obedecendo a essa sequência de campeonatos, as competições
seguintes seriam as disputas continentais. Foi realizada, então,
a II Copa Europa, sediada na Holanda, país que havia mostrado
excelente organização na disputa da III Copa Rocca.
Nesta Eurocopa, a FIFA resolveu aumentar o número de vagas
de participantes de 12 para 16 seleções, e abriu essas
quatro novas vagas para as mais novas seleções do
velho continente que haviam ficado de fora da última Copa
do Mundo, algumas que, inclusive, haviam se filiado à FIFA
somente após o início de tal competição.
Foram seis seleções disputando as vagas em uma fase
eliminatória. A II
Copa Europa utilizou a mesma fórmula de disputa da Copa
Bicentenário da Alemanha, um mata-mata no qual a equipe que
perdia dois jogos era eliminada (até as semifinais). Dentro
dessa fórmula, algumas seleções surpreenderam,
dentre as quatro seleções semifinalistas, apareceram
a Inglaterra, Espanha, a jovem Polônia e a atual campeã
européia, França - que partia em busca do bi-campeonato.
Para as finais, avançaram Espanha e França. A França,
mesmo considerada azarã para essa decisão, acabou
vencendo os espanhóis por 5x4 e sagrou-se Bi-Campeã
- juntando-se a Holanda no hall das seleções
que possuiam duas conquistas consecutivas em uma mesma competição.
O centro-avante francês Papin foi o artilheiro
da Eurocopa com 14 gols.
Dando sequência as disputas continentais, o campeonato seguinte
foi a II Taça
Wesman, que incluia as seleções dos continentes
não-europeus. Ao contrário da Eurocopa, a Taça
Wesman foi dominada pelas mais tradicionais seleções
sul-americanas, com excessão do novato Chile que chegou em
4º lugar, o Brasil ficou com a 3ª colocação
e a final foi entre Argentina e Uruguai - as duas maiores forças
do futebol sul-americano da época. A final entre Argentina
e Uruguai registrou o maior record de gols em finais de toda história,
foram doze gols marcados em um jogo com muita emoção
e rivalidade, ao final do tempo regulamentar o placar apontou 7x5
para o Uruguai, que ficou com o título da
Wesman - a primeira conquista importante da celeste dentro do Campo
Brianezi. Para a Argentina, restou o consolo de ter o atacante Burrochaga
como artilheiro da competição com 15 gols.
Ainda em 1990, a FIFA criou um novo campeonato, uma homenagem feita
pela federação inglesa de futebol - país inventor
do football - a um dos maiores jogadores da história
da FIFA, o maior artilheiro das Copas, assim surgiu a Copa
Pelé. Além de uma homenagem à Pelé,
essa a copa era uma homenagem à própria Copa do Mundo
- evento que sempre exerceu uma forte influência na FIFA -
tanto que a forma de disputa e os participantes da Copa Pelé
eram baseados nas Copas do Mundo de verdade. Nesta 1ª edição,
a Copa Pelé reuniu todas as seleções campeãs
e vices mundiais mundiais, dentre elas, Brasil, Argentina, Uruguai,
Alemanha, Itália, Inglaterra, Holanda, Hungria e República
Tcheca. A final da Copa Pelé foi a primeira da história
a ser disputada em duas partidas, de ida e volta, fórmula
adotada em toda competição. O Brasil, que buscava
honrar o nome de seu rei do futebol, foi finalista ao lado da, mais
uma vez, Alemanha. No primeiro jogo, a Alemanha não tomou
conhecimento do Brasil - seleção de fraco desempenho
na FIFA - e goleou impiedosamente: 7x1, colocando as duas mãos
na taça. A partida final da decisão virou uma mera
formalidade para que a Alemanha fizesse a festa
pela conquista, e a festa também se fez em campo com uma
nova vitória alemã por 3x0. Pelé, após
a partida, teve que se render a força alemã e, pessoalmente,
entregou a taça ao capitão do time germânico.
Caniggia, da Argentina, foi o artilheiro da competição
com oito gols. O Brasil, apesar da derrota na final, comemorava
o bom desempenho na competição com o vice-campeonato,
feito que não conseguia desde que disputou e perdeu a final
da I Taça Wesman para os Estados Unidos.
A última competição do ano de 1990 foi a IV
Copa Rocca, que acabou se alongando até o início
de 91, quando foram realizadas as finas da competição,
desta vez, com um número record de participantes: 29 seleções
se degladiaram em duas divisões. A Bélgica foi a nação
que sediou as disputas desse campeonato.
A segundona
foi disputada, novamente, em jogos eliminatórios, em partidas
de ida e volta. Participaram da competição, pela 1ª
vez, as seleções da Áustria,
Romênia
e Chile
e, dentre todos os demais participantes, um deles destoava como
favorito ao título e a vaga na 1ª divisão: a
Itália - que era a Campeã Mundial. E assim se confirmou,
a Itália passou por Dinamarca, Argentina,
República Tcheca e o Peru na final, para sagrar-se campeã
da 2ª divisão, garantindo a passagem para a elite do
futebol. Barbadillo, do Peru, foi o artilheiro
da segundona com treze gols.
Na primeira
divisão foi realizada uma disputa em dois grupos de seis
equipes, que classificava para a fase final, oito seleções,
então, as oito esquadras se enfrentavam em quartas, semifinais
e finais até se chegar à equipe campeã. As
duas piores seleções de cada grupo faziam a "disputa
da morte", para saber quem iria para a segunda divisão.
Logo no início da 1ª fase, um fato histórico:
o registro da disputa do milésimo jogo oficial
da FIFA, que foi entre Alemanha e Estados Unidos - duas das seleções
mais tradicionais da história - o placar final foi um empate
em 3x3. Os destaques da Rocca foram as seleções do
Brasil e do Uruguai - a força dos sul-americanos - que classificaram-se
em 1º lugar em suas chaves e juntaram-se as demais seleções,
todas européias, nas quartas-de-final. Enquanto isso, na
disputa de último lugar, a Yugoslávia despachou o
Japão para a segundona e escapou da degola.
Nas quartas-de-final, o Brasil, que havia sido a melhor seleção
na 1ª fase, foi surpreendido pela Escócia - que havia
se classificado apenas na repescagem - e deu adeus de forma vexaminósa
da competição. Além dos escoseses, classificaram-se
para as semifinais o Uruguai, a Alemanha e a Rússia - quatro
das mais tradicionais equipes da FIFA. A Rússia acabou com
a surpresa escosesa e foi à final contra a Alemanha, que
bateu o Uruguai - a força sul-americana vista no início
da competição dava seu último suspiro e se
contentava com a 3ª colocação obtida na vitória
celeste sobre a Escócia na disputa do 3º lugar. Rússia
e Alemanha já haviam se enfrentado em uma final, na época,
a então União Soviética bateu a Alemanha por
8x7 na final do Torneio Internacional de Cannes, ainda na Era Colunão.
A Alemanha vinha embalada da conquista da Copa Pelé e partia
para a sua segunda conquista em sequência, porém, esbarrou
na força da Rússia que tinha Mikhaijlichenko,
artilheiro da competição com 16 gols, e que terminou
por vencer a final por 6x3, ficando com o título inédito
da Copa Rocca. A Alemanha, apesar de ainda líder do ranking
e, com mais essa participação em final, re-afirmando
ainda mais o seu record de ser a seleção com mais
participações em finais de campeonatos, por outro
lado, mostrava um estigma de fracassos nessas disputas, perdendo
mais finais do que vencendo. Apesar disso, nunca deixou de ser considerada
"a melhor de todos os tempos".
Após o término da IV Copa Rocca, já no início
do ano de 1991, a única disputa iniciada foi, e que acabou
se extendendo até o ano de 1992, a reedição
da Copa
Rio Branco - um dos maiores campeonatos realizados na Era Colunão
- que a FIFA trazia agora em sua 2ª edição. A
II Copa Rio Branco contou com 24 seleções, as 21 melhores
do ranking oficial e as demais seleções da FIFA que
disputaram as três vagas restantes numa fase
elminatória. O país sede do campeonato foi a Yugoslávia.
A fórmula de disputa da II Copa Rio Branco consistia em uma
tabela exatamente igual a da Copa do Mundo - Espanha'82. A disputa
apresentou algumas surpresas, as tradicionais seleções
européias ficaram pelo caminho, abrindo caminho para que
novas seleções brilhassem, dentre elas, a República
Tcheca e a Romênia, semifinalistas do evento e adversárias
respectivamente de Argentina e Uruguai. Porém, nas semifinais,
prevaleceu a força das duas maiores forças do futebol
sul-americano que, desta feita, não pipocaram e acabaram
decidindo o título. As duas rivais sul-americanas vinham
de uma recente decisão na II Taça Wesman, na qual
o Uruguai vencera a Argentina, desta vez, na II Copa Rio Branco,
foi a vez da Argentina dar o troco para cima dos
uruguaios, venceu a final por 3x2 e ficou com o título -
a primeira conquista de destaque da seleção porteña
- que ainda anotou o artilheiro da competição, Passarela,
com 11 gols.
Bom no Samba, Bom no Feltro
Já em 1992, a FIFA deu uma pausa nos grandes campeonatos
para a realização de mais um torneio, a Copa
Aston Villa, criada e organizada pela federação
inglesa de futebol em homenagem à uma agremiação
local. A Copa Aston Villa seguia os mesmos moldes da Taça
Estrela Vermelha, disputada anos antes: 32 equipes se enfrentavam
em jogos eliminatórios até chegar-se à seleção
campeã. Como a FIFA contava com um total de 29 seleções,
foram convidados três times para completar as três vagas
restantes, e essas foram as seleções da Lituânia
e do Líbano além do time do Corinthians, todos botões
amadores. Depois de muitas brigas e partidas emocionantes, França
e Alemanha chegaram as semifinais e enfrentaram, respectivamente,
Brasil e Yugoslávia. Enquanto se esperava que Alemanha e
França - duas forças do botão - partissem para
mais uma decisão de campeonato, foi justamente o contrário
que aconteceu, Brasil e Yugoslávia, consideradas azarãs,
fizeram a grande final da Copa Aston Villa. Na final, a seleção
canarinho, que vinha mostrando muita evolução
nas últimas disputas, não deu chances para a Yugoslávia
e venceu a decisão por 2x1, chegando assim, a sua primeira
conquista. Enfim o sofrido povo brasileiro pôde comemorar
uma glória de sua seleção, mesmo que num torneio
de pouca importância como a Copa Aston Villa. Dois goleadores
dividiram a artilharia da competição, o brasileiro
Müller e o russo Protasov,
que marcaram oito gols cada.
Europa Versus América
Após a Copa Aston Villa, a FIFA - cuja uma de suas atribuições
era contabilizar todas as disputas válidas pela federação,
tanto para controlar o ranking oficial de seleções,
como para trazer dados interessantes de suas disputas ao conhecimento
dos fãs, publicou uma tabela que contabilizava todos os títulos
disputados tanto por continentes,
quanto por marcas de
botão. Tais dados mostravam um amplo domínio de conquistas
das seleções européias e dos botões
da marca Crack's. A publicação da tabela,
que colocava as seleções européias em grande
vantagem sobre as americanas em totais de conquistas, gerou uma
controvérsia sem precedentes na história. De um lado
os europeus contavam vantagem, se dizendo muito superiores aos americanos,
já estes questionavam o domínio europeu devido ao
continente possuir um número bem maior de seleções
filiadas e que, se houvesse uma competição onde europeus
e americanos disputassem em igualdades de números, a força
do novo mundo subjugaria fácilmente as do velho continente.
Os europeus rebatiam dizendo que venceram as três copas do
mundo até então realizadas, os americanos retrucavam
com um desafio: "veremos na próxima Copa". Para
pôr um fim na controvérsia e trazer essa rivalidade
toda para uma esfera mais salutar - a do campo de jogo - a FIFA
resolveu criar uma competição que colocaria frente
à frente, uma seleção da Europa e outra da
América. Nasceu assim, a Copa
Intercontinental, campeonato cujo título seria sempre
decidido por uma seleção americana e outra européia,
para isso, a disputa final deveria ser feita em um país neutro,
e o Japão foi a nação escolhida para sediar
esse jogo final. Para se chegar as duas seleções que
iriam fazer essa decisão, a FIFA criou duas disputas envolvendo
as melhores seleções de cada continente, do lado americano,
as sete seleções do continente disputaram a Copa
Libertadores da América, do lado europeu, as melhores
seleções classificadas na última Eurocopa disputaram
a Recopa Européia.
A Libertadores
de América foi decidida pelas duas maiores forças
locais do continente, Argentina e Uruguai, que partiam para sua
3ª final consecutiva. Como acontecera na última decisão
entre essas duas esquadras, a Argentina bateu o
Uruguai por 5x4 e foi a seleção que representou a
América na disputa contra os europeus em Tókio. Na
Recopa
Européia, a disputa final foi entre a França -
a bi-campeã européia - que buscava a supermacia total
no continente europeu, e Holanda, seleção bi-campeã
mundial, mas que há algum tempo não chegava em uma
decisão. Na final, a força dos holandeses superou
a dos franceses: 5x2 e a Holanda qualificou-se
para representar a Europa na decisão final contra a Argentina.
Na final no Japão, criou-se muita expectativa para a decisão
que rivalizava os dois maiores continentes do futebol mundial -
e a decisão final era feita em apenas um jogo. Na partida,
a Holanda não tomou conhecimento do time
porteño, goleou por 5x2, chegou ao seu 5º título
e, de quebra, aumentou ainda mais a supremacia européia sobre
as seleções americanas no âmbito das disputas
em finais. A França, que não conseguira chegar a decisão
em Tókio, ainda assim, ficou com o goleador da competição,
Rocheteau, com dez gols.
A competição seguinte organizada pela FIFA foi a
II Copa Pelé
que, desta feita, reeditou a 2ª fase da Copa do Mundo da Espanha
'82. Dentre os quatro finalistas, Alemanha e França repetiram
o confronto que aconteceu na Copa da Espanha e, assim como aconteceu
em 82, a Alemanha - que era a atual campeã da Copa Pelé
- bateu a França por 6x1 e se classificou para a final, rumo
ao bi-campeonato. A outra semifinal não reeditou nenhuma
seleção da Espanha'82, o Brasil enfrentou e venceu
a Rússia por 7x6, em uma dramática prorrogação,
e partiu para a final, novamente contra os alemães, desta
vez tentando mudar a história e dar o troco no time germânico.
Repetida as duas seleções que haviam feito a final
na I Copa Pelé, esperava-se uma grande disputa, ao contrário
da final passada, na qual a Alemanha vencera o Brasil com o pé
nas costas. Desta vez, porém, a disputa foi equilibrada,
após um empate no 1º tempo em 2x2, o Brasil
enfiou três gols na Alemanha na etapa final, fechando o placar
em 5x2 e, enfim, pôde homenagear com o título o seu
maior jogador, Pelé - patrono da disputa. Finalmente, o Brasil
conquistava um campeonato importante, que valia pontos para o ranking
- até então a seleção canarinho só
vencera alguns torneios - a torcida brasileira começava a
tomar gosto pelas conquistas de sua seleção. A vitória
do Brasil representou a quebra de uma velha estigma, um velho tabú,
no qual o Brasil esbarrara muitas vezes: o time da Alemanha que,
desde a fundação da FIFA, por inúmeras vezes,
eliminou o Brasil de várias disputas, a mais dolorosa, sem
dúvida, foi a da 1ª Copa do Mundo, quando o time canarinho
caiu nas semifinais, nos penaltis e em pleno Maracanã. Enfim
o Brasil aprendera a vencer a Alemanha. À Alemanha, preocupava
a volta da assombração fantasmagórica das derrotas
em finais, com esta última, o time germânico contabilizava
a 8ª derrota em 14 finais disputadas e a 2ª consecutiva
- mas, ao menos, restava o consolo de ter Vöeller
como artilheiro da competição com dez gols.
IV Copa do Mundo
Realizada a Copa Rocca, as disputas continentais e mais duas edições
da Copa Pelé, a competição seguinte seria novamente,
a IV Copa
do Mundo, nesta edição, sediada pelo Uruguai.
27 seleções disputaram as mais longas eliminatórias
até então, brigando pelas 14 vagas para a Copa (além
do Uruguai, país sede, e da Itália, a última
campeã). Antes da Copa, houve a realização
do tradicional Torneio
Início, vencido pela Polônia,
que bateu o selecionado local, o Uruguai, nos penaltis na decisão
final do torneio. Com apenas três gols, o Torneio Início
da IV Copa do Mundo teve três artilheiros máximos:
Vöeller da Alemanha, Francescoli
e De Leon, ambos do Uruguai.
No evento principal da Copa
do Mundo, a FIFA resolveu adotar uma nova fórmula de
disputa, seguindo as fórmulas que eram utlizadas nas Copas
do Mundo reais desde o início dos tempos. Além da
escolha do país sede que seguia os mesmos das Copas reais,
apenas em uma diferente ordem. Assim, a IV Copa do Mundo do botão
utilizou a mesma sistemática de classificação
da IV Copa do Mundo do Brasil'50: 16 seleções divididas
em quatro grupos, somente o campeão de cada grupo avançava
à fase final, na qual se enfrentariam em turno único,
a seleção campeã dessa fase, então,
ficava com o título mundial. As seleções vice-campeãs
de cada grupo na 1ª fase ainda faziam uma disputa, mata-mata,
que valiam pelas colocações do 5º ao 8º
lugar.
Na 1ª fase da Copa do Mundo, duas seleções
se classificaram para o quadrangular final vencendo todos
seus jogos: a Polônia - monstrando que não era
à toa que vencera o Torneio Início -, deixando
para trás, novamente, o próprio Uruguai, em
uma goleada de 6x1 em pleno Estádio Centenário
-; e a Argentina, que despachou, em seu grupo, a Itália
- seleção que lutava pelo bi-campeonato. As
outras duas seleções finalistas tiveram mais
dificuldades para se classificar, mas, também, chegaram
invictas à fase final, foram elas: Brasil - que eliminou
a Alemanha das finais - e a Holanda - bi-campeã mundial
que, depois do fracasso na última Copa, voltava a garantir
presença entre os quatro melhores do mundo. Enquanto
a Itália garantia a 5ª colocação
do Mundial na disputa do 5º ao 8º lugar, a fase
final da IV Copa mostrou muito equilíbrio, o Brasil
abriu a 1ª rodada vencendo a poderosa Holanda por 3x2
enquanto a Argentina vencia a Polônia por 2x1. Na segunda
rodada, o Brasil ficou no empate com a Polônia (2x2)
e a Holanda venceu a Argentina (3x2). Com esses resultados,
as quatro seleções chegaram à 3ª
e decisiva rodada da final com chances de ficar com o título,
mas a vantagem era do Brasil, único que dependia unicamente
de uma vitória para garantir a taça. O adversário
canarinho era a Argentina, esta precisava vencer o Brasil
e torcer contra a Holanda que enfrentava a Polônia.
As atenções todas se voltaram para o primeiro
jogo da rodada final, entre Brasil e Argentina, que poderia
decidir o título - nunca a Copa esteve tão perto
do continente americano. O jogo foi dramático, com
muito nervosismo, o Brasil saiu na frente do placar e abriu
2x0 no marcador, a Argentina reagiu marcando um gol, mas ficou
nisso, 2x1, e o Brasil chegava à glória
máxima do futebol - Campeão
Mundial, e o gostinho da conquista ainda
vir sobre o seu maior rival sul-americano, a Argentina. O
país, que era famoso por ser bom no samba, passou a
ser conhecido também por ser bom no feltro - |
material do qual as bolas são
feitas - embora, nesta época, as disputas fossem feitas
com bolas de lã e pensava-se que eram de feltro. No
encerramento da rodada e da Copa, a Polônia venceu a
Holanda por 3x1 e ficou com o vice-campeonato, tornando-se
a grande sensação da Copa, deixando a Argentina
em 3º lugar, seguida pela Holanda em 4º. Valdeir,
centro-avante brasileiro, autor de gols decisivos para a conquista
brasileira, foi aclamado o Bola de Ouro
da Copa e Van Basten, da Holanda, foi o Chuteira
de Ouro com nove gols marcados na Copa. |
|
Após a Copa, a FIFA publicou mais uma vez o seu Ranking
Oficial, no qual a Alemanha manteve a primeira
colocação, seguida de Holanda e França. O Brasil
pulou do 11º para o 4º lugar com as conquistas da Copa
do Mundo e da Copa Pelé.
O Grand Slam
A partir do ano de 1993, a FIFA resolveu uniformizar ainda mais
as sequências de disputas de seus campeonatos, de forma que
entre cada Copa do Mundo e cada Copa Rocca, teriam que se intercalar,
obrigatóriamente, a disputa de outros campeonatos
que compunham as disputas oficiais da federação. Esses
campeonatos, que valiam pontos para o ranking oficial da entidade,
faziam parte de uma sequência de disputas oficiais que já
vinha sendo obedecida há três anos, à essa "sequência"
de disputas, a FIFA batizou de Grand
Slam - na época conhecida também como
"Gerações"*
- que equivalia a uma temporada, porém essa temporada não
tinha prazo fixo para ser disputada, somente uma sequência
pré-estabelecida de competições. Os campeonatos
que faziam parte do Grand Slam, além da Copa do Mundo e da
Copa Rocca, eram as disputas continentais: Copa Europa e Taça
Wesman, a Copa dos Campeões e a Copa Intercontinental, assim
como outros campeonatos importantes, que eram incluídos no
Grand Slam de tempos em tempos, tais como a Copa Pelé e Copa
Rio Branco. A seleção que somasse mais pontos pelas
conquistas dos campeonatos válidos pelo Grand Slam, seria
a campeã do mesmo, ou seja, a grande campeã da temporada.
Conforme a sequência determinada pela FIFA, a primeira disputa
oficial do Grand Slam se iniciava no presente ano, 1993, com a II
Copa dos Campeões.
Aproveitando a oportunidade da criação do Grand Slam,
a FIFA resolveu reconhecer todas as disputas anteriores como os
primeiros Grand Slams já realizados, usando como referência
as disputas da Copa Rocca e os anos que envolveram tais disputas.
Dessa forma, ficaram reconhecidos os campeonatos da "Era Colunão",
de 1984 à 1986, como o 1º Grand Slam, vencido pela Alemanha.
Os campeonatos disputados de 1987 à 1989 foram reconhecidos
como o 2º Grand Slam, vencido pela Holanda.
O 3º Grand Slam compreendeu as disputas do ano de 1990, e foi
vencido pela Itália. E, finalmente, o Brasil
era o vencedor do 4º Grand Slam - encerrado ao final da IV
Copa do Mundo - disputado de 1991 à 1992. Assim, Alemanha,
Holanda, Itália e Brasil foram consagradas como as maiores
forças do botão da história até aquele
momento, o ano de 93.
A II
Copa dos Campeões era a primeira disputa oficial do 5º
Grand Slam da FIFA, nessa edição, a Copa dos Campeões
incluiu apenas as seleções que haviam conquistado
campeonatos válidos pelos quatro Grand Slams já realizados,
ficando de fora as seleções que haviam ganho apenas
torneios não válidos para o ranking da federação.
A seleções participantes foram: Alemanha (que defendia
o título), Holanda, Itália, Brasil, França,
Uruguai, Argentina (que sediou a Copa), Rússia e Estados
Unidos, na prática, só a Bélgica que participara
da 1ª edição é que acabou ficando de fora
desta edição, e a novidade era a participação
do Brasil, o mais jovem campeão do seleto grupo. Na 1ª
fase, três das nove seleções participantes deram
adeus à disputa, uma delas, o Brasil, que não soube
aproveitar o embalo da conquista da Copa do Mundo e acabou sendo
subjugado. Seis seleções disputaram, em duas chaves
de três seleções e em jogos de ida e volta,
as semifinais do evento. O destaque das semifinais foram a goleada
de 6x0 da Alemanha sobre a Itália e a incrível lavada
da Holanda sobre a Argentina por 9x1, ironicamente, as duas seleções
que golearam ficaram de fora da final e, justamente, Itália
e Argentina, que sofreram as goleadas, fizeram a final da Copa dos
Campeões. Alemanha e Holanda ainda tiveram o consolo da disputa
do 3º lugar, vencida pelos alemães por 5x1. Disputada
em duas partidas, as finais aconteceram sob um clima de muita rivalidade,
apesar de jogar pressionada pela torcida argentina em Buenos Aires,
a Itália conseguiu equilibrar a disputa
e, após um empate de 3x3 na primeira partida, passeou sobre
os argentinos na finalíssima, 5x1, calando o Estádio
Monumental de Nuñes, o título de Campeão dos
Campeões voava de Buenos Aires para Roma - foi a segunda
grande conquista da Itália na FIFA -, a Azurra voltava a
vencer depois da conquista da III Copa, após três anos
de fila. Pierre Littbarski, da Alemanha, foi o
artilheiro da Copa com dez gols.
Trois Fois, Les Bleus!
As competições seguintes do Grand Slam eram os campeonatos
continentais, que, desta feita, apresentavam algumas novidades.
A Taça Wesman - que em duas edições reuniu
os países não-europeus, deu lugar a Copa América,
esta, passou a englobar as sete seleções do continente
americano, além de três seleções convidadas:
Marrocos, Arábia Saudita e Japão. A outra novidade
era a fórmula das competições, tanto da Copa
América como da Copa Europa: as seleções classificadas
entravam na competição em uma disputa eliminatória,
um mata-mata que classificava metade das seleções
para a fase final, disputada em pontos corridos para conquista do
título.
|
A disputa da III
Copa Europa se iniciou na fase
classificatória, com 17 seleções
lutando por onze vagas para se juntarem à França
que, além de sediar o evento, era a campeã das
duas edições anteriores, brigando pelo tri-campeonato.
As doze seleções, então, se enfrentaram
em uma eliminatória simples para se chegar à
fase final. Alguns confrontos se destacaram nessa fase, tais
como a dramática vitória da Itália sobre
Portugal na prorrogação (4x3) e a dificílima
vitória da França, jogando em casa, contra a
Irlanda por um |
magro 1x0. Na fase final, a França
soube aproveitar o apoio de sua torcida, passou por todos
seus adversários - 4x3 Alemanha, 2x1 Bélgica,
5x3 Itália, 2x1 Rússia e 2x1 Holanda - e sagrou-se
Tri-Campeã
Européia - a primeira, e até
hoje, única seleção a conquistar três
edições consecutivas de um mesmo campeonato
e, assim como na 1ª edição, desta feita,
também de forma invicta. A Itália, vice-campeã,
teve o melhor ataque da competição, com 21 gols
e a Alemanha, 3ª colocada, teve o goleador da competição,
Vöeller, com oito gols anotados. |
A Copa América
também começou com muita emoção na fase
eliminatória, onde as dez seleções participantes
se enfrentaram em um mata-mata de ida e volta. Destaque para algumas
goleadas que foram fundamentais para a classificação
das equipes para a fase final: Argentina 5x2 México, Brasil
5x0 Uruguai e Estados Unidos 6x0 Chile. O Peru - país sede
da competição - se classificou para as finais batendo
o Marrocos. Na fase final, o Brasil - que vinha
da conquista da Copa do Mundo - não deu chances aos adversários,
venceu todas as partidas - 2x1 EUA, 5x3 Argentina, 4x0 Japão
e 7x0 Peru - ficando com o título da Copa América
de forma invicta. Para completar a glória,
o Brasil ainda teve o melhor ataque, 26 gols, e o artilheiro da
competição, Valdeir com dez gols.
Ainda em 1993, a competição seguinte foi a V
Copa Rocca, nesta edição, sediada pela Itália
e que se iniciou com a disputa da 2ª
divisão. Desta vez, a segundona foi disputada em uma
eliminatória simples, 17 seleções disputaram
duas fases eliminatórias até se chegar aos quatro
finalistas que disputariam a sonhada vaga para a elite do futebol.
Dentre as finalistas, estavam as seleções vice e 3ª
colocada no último mundial, Polônia e Argentina, além
de Chile e Dinamarca. Como se esperava, Argentina e Polônia
monopolizaram a disputa pelo título e, no embate direto,
ficaram em um empate por 1x1, mas a Argentina garantiu
o título com uma bela goleada sobre o Chile (6x0), e ficou
com a vaga para a divisão principal da Rocca. Sabau,
da Romênia e Caniggia, da própria
Argentina, foram os artilheiros da competição com
sete gols cada.
A primeira
divisão da V Copa Rocca foi disputada no início
de 1994, e ficou marcada por ser a edição com menor
número de jogos disputados, foram 32 partidas apenas, até
se conhecer a seleção campeã. Na primeira fase,
as 12 seleções foram divididas em 2 grupos, a campeã
de cada grupo se classificava para a grande final. A melhor seleção
da 1ª fase foi o Uruguai, que se classificou para a finalíssima
ao lado da Rússia - duas seleções tradicionalíssimas
da Copa Rocca. Brasil e Holanda fizeram a disputa pelo 3º lugar,
vencida pela seleção verde-amarelo por 4x3. Na final,
a Rússia, que buscava o bi-campeonato, não
deu chances ao Uruguai, goleou a equipe celeste por 7x2 e conquistou
o título da Copa Rocca pela segunda vez consecutiva - a terceira
seleção a conquistar um bi-campeonato na FIFA. Romário,
do Brasil e Van Basten, da Holanda, foram os artilheiros
máximos da V Copa Rocca com dez gols cada. A Inglaterra
foi a seleção a escrever seu nome na vergonhosa lista
dos rebaixados da Copa Rocca.
A competição seguinte foi a III
Copa Pelé, que recriou a 2ª fase da Copa do Mundo
do México '86. Disputada em fases eliminatórias, de
um lado Alemanha e Brasil - campeões da I e II Copa Pelé
respectivamente, fizeram uma das semifinais, ou uma final antecipada,
como foi vista a disputa na época. O Brasil venceu por 6x5
em um jogo muito disputado e se classificou para sua terceira final
consecutiva na Copa Pelé, rumando ao bi-campeonato. Na outra
chave, assim como no México '86, quando o mundo conheceu
a Dinamáquina, a seleção escandinava não
decepcionou como na Copa real e, passando pelo tradicional Uruguai
(5x3), chegou à final para enfrentar o Brasil. A Final foi
um jogo muito disputado, após um empate em 2x2 no tempo normal,
o jogo foi decidido na prorrogação, na qual o Brasil
deu tilt na Dináquina pelo placar final de 3x2,
chegando, assim, ao bi-campeonato da Copa Pelé - a 4ª
seleção da FIFA a conquistar duas edições
de um mesmo campeonato, passando a figurar no seleto hall
de bi-campeões que continha Holanda, França e Rússia.
Bebeto, do Brasil, e Elkejaer Lanncer,
da Dinamarca, foram os artilheiros máximos da competição
com oito gols cada.
A Última Glória do Século
XX
Além de todos os campeonatos disputados, o ano de 1994 -
ano da Copa do Mundo dos Estados Unidos - entrou para a história
por ser o último ano de disputas da FIFA dentro do século
XX. A última disputa foi a II Copa Intercontinental,
campeonato que rivalizava os continentes da Europa e da América,
disputado por um representante de cada continente em um jogo final
em Tókio, Japão. Como na edição anterior,
a final da II Copa Intercontinental foi disputada entre o campeão
da II Copa Libertadores de América e o campeão da
II Recopa Européia, com apenas com um diferencial em relação
à primeira edição: o último campeão,
tanto da Libertadores quanto da Recopa, já entravam na fase
final das disputas locais.
Na II
Copa Libertadores de América, seis seleções
brigaram na 1ª Fase para se juntar a Argentina na fase final
do evento, e foram elas Brasil, Peru e Estados Unidos. As quatro
seleções finalistas, então, brigaram entre
si em uma disputa de pontos corridos para se chegar à seleção
campeã, que representaria a América em Tókio.
O Brasil era o grande favorito para a conquista, pois vinha de importantes
conquistas, e se esperava da Argentina - que defendia o título
- a rival para enfrentar a seleção canarinho. Porém,
o time porteño decepcionou e quem brigou com o Brasil pelo
título foram os Estados Unidos, porém, só tentou.
Com uma vitória sobre a Argentina (6x5) e uma goleada de
4x0 sobre o Peru, o Brasil garantiu o título
- o segundo consecutivo no ano - mesmo perdendo para os Estados
Unidos (4x2), que ficou com o vice-campeonato. Romário,
o baixinho do Brasil, foi o artilheiro da competição
com dez gols.
A II
Recopa Européia teve a participação das
seis seleções melhores classificadas na III Copa Europa,
que brigaram por três vagas nas finais, ao lado da última
campeã, a Holanda, para, então, fazerem uma disputa
de pontos corridos e assim se chegar à campeã. Na
fase final, além da Holanda, classificaram-se Rússia,
Itália e a azarã, Irlanda. Itália e Holanda
passaram por seus dois adversários comuns e fizeram a última
partida das finais em um jogo que valia o título. Em uma
disputa emocionante, a Itália garantiu a
vitória (3x2), papando mais um título para a Azurra
e carimbando o passaporte para Tókio. O centro-avante italiano
Schilatti foi o artilheiro da Recopa com dez gols.
Na grande final em Tókio, Brasil e Itália fizeram
a disputa para ver qual continente superava o seu rival: América
ou Europa. Como na edição anterior, a Europa levou
a melhor sobre a América e levou novamente a
II Copa Intercontinental: vitória da Itália
por 5x3 sobre o Brasil. Schilatti, o goleador italiano
na Recopa, com mais três gols marcados na decisão no
Japão, somou treze gols no total e foi o artilheiro máximo
da competição. O título para a Itália
não representou somente a supremacia da Europa diante da
América, tanto na disputa direta através da Copa Intercontinental,
quanto na somatória total de conquistas em toda a História
da FIFA, ela ficou marcada por ter sido a última disputa
da federação no século XX, e, assim, a Itália
acabou entrando para o Hall
da Glória - o Hall frequentado pelas maiores seleções
campeãs da FIFA - como
a última campeã oficial do século XX e do Campo
Brianezi, pois a II Copa Intercontinental viria a ser, conforme
seu destino contará logo adiante, o último campeonato
disputado no campo oficial da FIFA.
O término da II Copa Intercontinental também representou
o fim das competições de botões por um longo
período, infelizmente, o presidente da FIFA - Pedroom - que
iniciara as disputas da federação ainda menino (com
onze anos de idade), em 1994, já estava com 23 anos, e as
obrigações da vida adulta com faculdade e trabalho,
o forçaram a deixar de lado o botão - ao menos durante
algum tempo. Sendo assim, as competições da FIFA ficaram
paradas até o ano de 2000, e as disputas oficiais (válidas
pelo Grand Slam), só retornaram dez anos mais tarde, em 2004,
mas já no século XXI.
A II Copa Intercontinental também representou o encerramento
da disputa do V Grand Slam (5ª geração), embora
ainda estivessem previstas as disputas de outros campeonatos para
tal edição do Grand Slam, entre os quais a V Copa
do Mundo e outras competições oficiais novas que iriam
ser incluídas no circuito mundial. Essas competições
acabaram não sendo realizadas com a paralização
das competições por longos dez anos e, quando retornaram,
a FIFA resolveu fechar a disputa do V Grand Slam e iniciar um novo
Grand Slam. Com isso, a seleção que somou mais pontos
pela conquista dos campeonatos do circuito oficial do V Grand Slam
foi a Itália. Pela segunda vez, a Itália
chegava ao título máximo, a conquista da temporada,
a primeira e única seleção a vencer duas temporadas
(III e V Grand Slams). Assim, a conquista italiana do V
Grand Slam, ficou conhecida como a última
grande glória do século XX dentro da história
do botão.
O Triste Fim do Campo Brianezi
Ao término do ano de 1994, iniciou-se um longo período
de inatividade na FIFA, nesta época, Pedroom, já com
23 anos de idade, fazendo faculdade, procurando emprego e estágios,
tinha muitas preocupações e, com isso, teve de deixar
um pouco de lado as disputas do botão. Com a paralização
das competições, o Estádio Brianezi ficou recolhido,
guardado, esperando o momento da volta dos jogos e das grandes disputas,
o soar da canção que diz: "Vai começar
de novo! É novamente tempo de emoção!".
O campo ficou guardado na casa de Pedroom e atrás de um armário
em um corredor ao lado do banheiro da casa. Um dia, porém,
um desastre ocorreu, algum infeliz deixou a torneira do banheiro
aberta causando um grande vazamento de água. A água
acabou se evadindo do banheiro e tomou conta do corredor e por pouco
não inundou a casa inteira. Ao enxarcar o corredor, a água
acabou molhando a mesa de botão que alí estava e esta,
por ser constituida de madeira porosa, absorveu parte do líquido.
Resultado: a parte da mesa que tocava o chão e se molhara
passou a apodrecer, o campo ficou totalmente empenado e, no lado
acidentado, sua borda começou a se soltar. Era o início
do fim do Estádio que abrigou a maior parte das emoções
da FIFA até aquele momento.
Copa das Confederações
Apesar de praticamente destruído, ainda era possível
se jogar no Estádio Brianezi, mesmo que em condições
precárias, com o campo mais se parecendo com um terrão
de disputas varzeanas do que com o estádio que abrigara quatro
Copas do Mundo. Pensando ainda em um possível concerto, no
ano de 2000, o campo foi levado para o Guarujá, no apartamento
de veraneio de Pedroom, situado na praia do Tombo. Lá ele
ficou até o fim de seus dias. Ainda no Guarujá, foi
disputada a última competição do Estádio,
a Copa
das Confederações, que incluiu nove seleções
tradicionais da FIFA: Brasil, Alemanha, Argentina, Rússia,
Uruguai, Inglaterra, Holanda, Itália e Estados Unidos. Disputado
em caráter amistoso e sediada pela Rússia, a Copa
das Confederações não teve contagem de artilharia,
a final do torneio foi disputada entre Alemanha e Argentina, e a
Argentina sagrou-se campeã ao bater o time
germânico por 4x1. A última partida, a última
glória e o último campeão do Estádio
Brianezi, a Argentina foi a última gloriosa do Campo Brianezi.
A Itália terminou na terceira colocação seguida
pelo Uruguai em quarto lugar.
Após essa disputa, ainda em 2000, o apartamento de Pedroom
no Guarujá passou por uma reforma e, durante esta, os pedreiros
que nela trabalharam, jogaram a mesa fora, achando que esta se tratava
de entulho, com isso chegava ao fim a trajetória deste grande
estádio que, até a presente data (maio de 2009), ainda
tem o mérito de ser o campo que abrigou a maior parte das
emoções vividas em toda história do botão.
Consta também desta ocasião, quando os botões
de Pedroom estavam no Guarujá junto da mesa, o desaparecimento
de dois times da FIFA, o tradicional botão do Brasil da Crack's,
campeão da IV Copa do Mundo, e o botão da seleção
da Hungria, da marca Brianezi (do tipo lixoso), desconfia-se
que estes foram subtraídos pelos pedreiros que trabalharam
na obra do apartamento.
A partir da disputa da Copa das Confederações em
2000, as competições de botão da FIFA ficaram
paradas até o ano de 2004, quando a FIFA foi reinaugurada
e rebatizada, tornando-se a FIFME e, no mesmo Guarujá onde
sucumbira, a FIFA renasceria com força total, mas isso é
uma outra história a ser contada.
Os
Super Campeões
A História da FIFME pelos números
Desde a sua fundação, a FIFA apresentou inúmeros
campeonatos e campeões, e é através deles que
a sua história - de glórias - também é
contata. A evolução da FIFA desde 1984 passa por cinco
grandes eras, até a fundação da FIFME em 2004.
Abaixo são listados apenas os campeonatos mais importantes
da FIFA, os que realmente valeram, seus campeões e as pontuações
de cada um, cada era teve uma seleção que foi melhor,
e assim entrou para a história como um dos Super-Campeões
da FIFA. Mais recentemente essas eras, ou gerações
da história dos botões foram batizadas de Grand
Slam, sendo que cada Grand Slam tem, e sempre terá,
o seu campeão, e este figurará no Hall dos Super-Campeões. |