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O adeus a EL Pibe de Oro – Diego Armando Maradona

Diego Armando Maradona
Maradona, o maior jogador da história do futebol

A notícia chega cercada de fúnebre silêncio, mas toca profundo na alma sob a trilha de um tango dramático: faleceu Diego Armando Maradona, o maior ídolo do futebol argentino e, para muitos, o maior do mundo.

É um baque, uma tragédia, uma perda irreparável para o esporte, um vazio que nos deixa mudo, atônitos e sem saber o que pensar. Nessa hora, só nos resta chorar e buscar no fundo âmago alguma energia para homenagear esse gênio sem paralelos, esse homem capaz encantar e emocionar multidões, que nos brindou com a mais fina arte que só o futebol é capaz de produzir.

Uma famosa canção pede que a Argentina não chore, mas o país e o

mundo se desabam em lágrimas diante dessa despedida forçada, abrupta, de uma morte que, independente da idade, é, seria e sempre será prematura. Sem alternativa, somos obrigados a aceitar a despedida de El Pibe de Oro, Diego Armando Maradona, e nos resignar a sobrevida em um mundo cujo sentido se perde sem sua presença.

Pessoalmente, a notícia foi um baque para mim. Ainda que o dia já raiasse o alto meio-dia, eu ainda dormia quando fui acordado com essa terrível manchete. Estava embargado pelo sono, mas o despertar foi instantâneo. Quem consegue voltar a dormir perante uma tragédia de tal porte? Eu não, certamente, e qualquer uma que tenha visto e acompanhado a vida de Maradona, dentro e fora das quatro linhas, muito provavelmente. Meu despertar para o mundo do futebol, quando ainda era uma criança com oito anos de idade, parte da racionalização – ou da paixão, embora sequer tivesse consciência disso – ao assistir Maradona jogar pela seleção argentina, para ser preciso, nos jogos preparatórios para a Copa do Mundo de 1982. Maradona ainda era um jovem na época, uma proeminente revelação do mundo da bola, mas já reconhecido como gênio do esporte pelo povo argentino, um injustiçado por ter ficado de fora da Copa 1978 quando a seleção porteña ganhou seu primeiro mundial jogando em casa. Foi graças a Maradona que aprendi a admirar e idolatrar o futebol argentino além de qualquer rivalidade, uma admiração que se mantém até hoje, esse triste dia, e que jamais se apagará.

Na Copa de 1982, enfim Maradona teve a primeira grande chance de desfilar sua categoria no palco maior do futebol, mas o craque e sua seleção sucumbiram após duas derrotas na 2ª fase diante da Itália – que sagrar-se-ia campeã daquela Copa – e do escrete canarinho. Derrotado, eliminado e expulso da partida diante do Brasil, dizia-se, em terras tupiniquins, que Maradona não estaria à altura do maior craque brasileiro da época, Zico. Porém, mais quatro anos se passariam até ele provar que não só era melhor que Zico, mas também que Pelé.

A Copa seguinte, disputada no México, foi a grande redenção de Maradona, mas não seria a única, nem a última. Quem o viu jogar nos gramados mexicanos jamais esquecerá e não se cansa de rever; quem não viu, urge ver, pois verá e comprovará a arte de Maradona em seu auge. Da primeira a última partida naquela Copa, foi o gênio de Maradona que permitiu a Argentina triunfar, desde de o toque maestrino para deslocar o goleiro no empate diante da Itália na partida de estreia, até a enfiada precisa para Burruchaga marcar o gol do título na final diante da Alemanha em um jogo que parecia ganho, mas tornou-se dramático após a Argentina abrir dois gols de vantagem e ceder o empate já na parte final do jogo. Porém, foi na partida diante da Inglaterra pelas quartas-de-finais que Maradona viria deixar de ser mais um craque para tornar-se um legítimo Deus a figurar no mais alto panteão do futebol.

Foi no dia 22 de julho de 1986, no estádio Azteca, Cidade do México, que Maradona surpreendeu o mundo acima de qualquer capacidade que um jogador de futebol seria capaz de fazê-lo. O contexto da partida era único, confrontava duas seleções de países que haviam estado em guerra poucos anos antes, a Guerra das Malvinas, que confrontou Argentina e Inglaterra pela posse do arquipélago rico em petróleo localizado no Atlântico Sul, próximo da costa argentina. A Argentina seria retumbantemente derrotada pelas forças bélicas britânicas. Com a derrota, a cúpula militar do país viria abaixo e, apesar do fracasso na tentativa de assumir o controle das Malvinas, a ditadura militar que controlava a nação desde 1960 chegou ao fim. Diante tudo isso, a partida contra a Inglaterra tinha aura de revanche para o povo argentino, coube ao escrete porteño buscar na grama mexicana a vitória que escapou nos mares atlânticos. Nessa "guerra", Maradona foi o grande general que comandaria o país ao triunfo – e em grande estilo.

Foi um jogo duro, equilibrado e bem disputado, isto é, ao menos até os seis minutos da segunda etapa quando, em um balão flutuando na risca da pequena área, discretamente, Maradona ergueu sua mão na altura da cabeça para, por trás da cabeleira, com um leve toque tirar a bola das mãos do goleiro Peter Shilton e colocar a Argentina a frente do placar. Na comemoração, Maradona corre para a torcida com um olhar maroto para o árbitro, os ingleses acusam o toque de mão, mas o gol é validado. Nascia aí o lance que ficou eternizado como "la mano de Dios", que, se não premiou a genialidade, consagrou a malandragem do astro argentino. Mas para qualquer um que o criticasse, bastariam mais alguns minutos para Maradona provar sua classe privilegiada, quando, aos 10, arrancou do campo de defesa deixando dois ingleses para trás e avançou em velocidade, imparável, passou por mais dois zagueiros e ganhou a área inglesa, a sua frente, restava apenas o goleiro. A essa altura, ele já tinha o gol a sua disposição, bastaria um toque cruzado para deslocar Shilton e marcar, dois de seus companheiros estavam na marca do pênalti, livres para apenas empurrar a bola para o gol, mas com requintes de crueldade, Maradona limpou Shilton e, antes que fosse derrubado ou bloqueado pelo zagueiro inglês em uma desesperada tentativa de desarmá-lo por trás, apenas tocou de bico para o gol vazio. Um golaço que posteriormente seria aclamado como o mais belo gol da história das Copas. Um gol que simplesmente apagou a malandragem do gol anterior pois, conforme disseram os críticos, foi um gol que valeu por dois. A Inglaterra ainda diminuiria o placar, que terminou em 2x1 para a Argentina. Apesar do gol de mão ter sido fundamental para consagrar a vitória dos porteños, perante o golaço jamais visto marcado por Maradona, sequer os ingleses deixaram de reconhecer a supremacia argentina naquela partida. A derrota nas Malvinas estava vingada.

O golaço de Maradona
Maradona movimentando-se para driblar Shilton e marcar o gol mais bonito
da história das Copas

O título argentino estava desenhado, não havia mais como parar o craque argentino. A semifinal foi mais um desfile de Maradona, com dois golaços, deixou a Bélgica para trás para encarar a Alemanha na final. Na grande decisão no lendário estádio Azteca, Maradona não brilhou tanto como nas partidas anteriores, mas foi dele a assistência para o gol de Burruchaga que selou a vitória e a conquista argentina. A partir daí, não era apenas a sua mão, mas seu corpo e alma que seriam dignificados como Deus.

Não a toa iniciamos essa matéria fazendo menção a um "tango dramático", pois essa é a trilha sonora que traduz os altos e baixos do craque argentino a partir do auge de sua glória em terras mexicanas. Na Copa seguinte, disputada na Itália, nem Maradona nem a Argentina exibiram o mesmo futebol consagrado no México. Ainda assim, com a liderança do gênio, o time avançou até a final para encarar a Alemanha mais uma vez e só não saiu campeã em função de um roubo histórico proporcionado pelo árbitro, que não marcou um pênalti legítimo para a Argentina e, no lance seguinte já nos minutos finais da partida, anotou um pênalti inexistente para a Alemanha. A campanha argentina na Copa de 1990 também abalou a carreira de Maradona como grande líder do Napoli devido ao rancor do povo italiano em função da eliminação da Azurra nas semifinais diante da Argentina e a etusiástica comemoração do craque às barbas da torcida local. Diante da pressão dos italianos, especialmente dos nortistas, Maradona deixou o Napoli onde havia consagrado-se campeão italiano nas temporadas de 1986-1987 e 1989-1990. Este seria o último título mais expressivo conquistado por Maradona em campo.

A partir daí, Maradona passou a vivenciar seus momentos mais dramáticos fora de campo quando o sucesso, as baladas e a convivência com os amigos criaram o ambiente que o levou ao vício em cocaína. Sua saída do Napoli se deu em meio ao flagra e a suspensão por dopping e,então, poucos acreditavam que pudesse voltar aos dias de glória. Ledo engano, Maradona superou o vício, mesmo que momentaneamente, para apresentar-se em ótima forma na Copa de 1994 nos Estados Unidos, porém acabou suspenso por dopping mais uma vez, desta feita por uso de uma substância proibida que supostamente usou para recuperar a forma e emagrecer. Após a suspensão de Maradona, a Argentina sentiu o baque e acabou eliminada pela Romênia nas oitavas-de-finais. Ainda assim, apesar de seu breve retorno – foram apenas dois jogos disputados antes da suspensão por dopping –, esse capítulo derradeiro de Maradona nas Copas foi também sua última redenção após os problemas que o haviam afastado dos gramados – pena que durou pouco. A decepção na Copa de 1994 foi quase um divisor de águas entre o Maradona craque e o Maradona doente, vítima do alcoolismo e do vício em cocaína.

Em 2004, o craque chegou ao fundo do poço após uma overdose que quase lhe tirou a vida. Maradona foi internado em estado de coma e o povo argentino parou para rezar pelo reestabelecimento de seu ídolo maior. Nesse momento, a redenção de Maradona foi sua sobrevivência e, apesar de passar por novos percalços, El Pibe superou o vício para retomar a carreira de futebolista, desta feita como técnico. Embora nunca tenho feito sucesso ou conquistado títulos como treinador, foi convidado para comandar a Argentina para a disputa da Copa 2010 na África do Sul. A Argentina passou dificuldades para garantir a vaga na Copa, chegou a sofrer um 6x1 da Bolívia e só garantiu sua presença na última partida das eliminatórias ao vencer o Uruguai em Montevideo. Na Copa, comandando o craque Messi, a Argentina acabou eliminada após ser goleada pela Alemanha nas quartas-de-finais por 4x0 – em uma época em que perder de 4x0 para Alemanha era considerado muito.

Esse breve resumo não traduz o que Maradona representa não só para o futebol, mas como personagem mundial, sobretudo, como um ser humano que transcende o esporte. No campo, foi um craque inigualável, na vida, embora polêmico, foi um ídolo carismático e amado de forma incondicional, uma perda que jamais será superada por aqueles que acompanharam sua vida e carreira, que fará muita falta para o povo argentino e todos os amantes do futebol.

Maradona, esteja em paz...

Melhor que Pelé

Há inúmeros fatores os quais poderíamos dissertar a respeito para embasar o fato de que Maradona foi melhor que Pelé, especialmente ao se analisar a vida pessoal de ambos os craques incluindo suas posições políticas e, até, algumas questões morais, embora nenhum deles seja irretocável quanto a isso. Mas foi mesmo na bola que Maradona provou-se melhor que Pelé.

Naturalmente, aqueles que defendem que Pelé foi melhor que Maradona sempre apelam para os números para atestar essa visão rasa, que baseia-se apenas em resultados e totais de conquistas, nas quais, certamente o craque brasileiro supera de longe o argentino. Pra começar, dizem que Pelé marcou mais de 1000 gols enquanto Maradona marcou "apenas" cerca de 400 gols. Porém, não dizem que a maioria desses gols foram marcados contra times fracos e interioranos, Pelé nunca tentou a carreira em gramados europeus, como Maradona. Nesse sentido, as duas conquistas do campeonato italiano a frente de um time mediano como o Napoli valem muito mais que as conquistas de Pelé com o Santos – e os gols do argentino, muito mais vitais para que essas conquistas fossem efetivadas.

Também dizem que Pelé conquistou três Copas do Mundo e Maradona apenas uma. Porém, quando se diz que Zico nunca conquistou uma Copa do Mundo – o maior craque brasileiro na contemporaneidade de Maradona –, a resposta se dá pela frase clássica do jornalista Fernando Calazans que diz "se Zico não venceu a Copa, azar da Copa". Ora! Se Maradona não venceu três Copas, azar da Copa. O raciocínio é o mesmo. Porém, a questão vai além, pois fato é que jogando a Copa do primeiro ao último jogo, Pelé venceu apenas uma Copa, a de 1970. Na conquista de 1958, Pelé jogou apenas as duas partidas finais. Em 1962, machucou-se na primeira partida e assistiu a conquista do banco de reservas. Em 1966 foi eliminado na 1ª fase após contundir-se mais uma vez.

Essa é a grande diferença entre Maradona e Pelé. Enquanto Pelé jogou em times de altíssimo nível, os quais tinham plenas condições de serem campeões sem sua presença em campo – tanto que, em 58, o time já estava na semifinal da Copa quando Pelé entrou em campo e, em 62, o time conquistou a Copa sem sua presença. Por sua vez, as conquistas lideradas por Maradona jamais teriam acontecido sem sua liderança em campo. É claro que Maradona não conquistou a Copa sozinho, mas sem sua classe privilegiada, a Argentina jamais teria ganho a Copa de 1986 no México, sua participação foi decisiva nos momentos mais cruciais daquela Copa. O mesmo raciocínio vale para o vice-campeonato argentino na Copa de 1990, quando Maradona simplesmente carregou o escrete porteño até a final e só perdeu devido a um pênalti escandaloso que deu o título para a Alemanha.

Maradona foi muito mais importante e decisivo nas conquistas que participou, enquanto Pelé foi favorecido por jogar em times e em um tempo em que, tanto o Brasil quanto o time do Santos contavam com uma geração de craques os quais El Pibe nunca teve ao seu lado.

Por fim, no Brasil, Pelé é reconhecido como Rei do futebol, enquanto na Argentina Maradona é considerado Deus. Como se sabe, Deus está acima do Rei, portanto Maradona está acima de Pelé.

 

25 Nov 2020

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